sexta-feira, setembro 30, 2011

Colunas Egípcias

As colunas são elementos destinados a receberem as cargas verticais de uma obra arquitetônica. Possuem a mesma função de um pilar, porém são mais esbeltas e esguuias. Os materias de construção podem variar entre pedra, madeira, metal, etc.

Componentes de uma coluna:

  • Fuste:É a própria coluna que vai da base ao capitel;
  • Base: É o ponto de ligação do fuste com o pedestal;
  • Capitel: Faz a união entre o elemento vertical e horizontal. Geralmente é a parte mais trabalhada da coluna e é o que caracteriza seu estilo.


Tipos de colunas egípcias:

Os tipos de colunas egípcias são divididos conforme os arremates (coroas/capitel) que ela possuem.

Classificação das colunas:
  • Palmiforme: Inspirada na palmeira;
  • Papiriforme: Inspirada nas flores de papiro. Há a papiriforme aberta (quando as pétalas do papiro estão abertas) e a papiriforme fechada (quando as pétalas do papiro estão fechadas);
  • Lotiforme: Inspirada na flor de lótus, com suas pétalas fechadas. O tronco da coluna reproduz vários caules atados por um laço.



Por: Jessica Dalcin

Fontes: 

quarta-feira, setembro 28, 2011

Algo Mais Sobre Arte Egípcia Antiga

   A escultura é a mais bela manifestação da arte egípcia do Antigo Império. Apesar das muitas regas existentes para esse tipo de arte, os escultores criaram figuras bastante expressivas. Os egípcios acreditavam que, além de preservar o corpo dos mortos com a mumificação, era importante encomendar a um artista uma escultura que reproduzisse seus traços físicos.

   Essa concepção da escultura não era aplicada apenas às obras que representavam mortos. Para os egípcios, todas as esculturas deveriam revelar as características do retratado como a fisionomia, os traços raciais e a condição social.

Tutankhamon e Esposa - Museu Egípcio, Cairo.

   Nessa cena, que é um detalhe do trono de Tutancâmon, o faraó está sentado de modo informal, e a rainha toca-lhe o ombro com certa intimidade. Sobre as figuras esculpidas no trono, os artistas fizeram pinturas e aplicação de folhas de ouro e de prata. A peça é parte do imenso tesouro encontrado em seu túmulo, em 1922, pelo pesquisador inglês Howard Carter.
Aknaton e sua família (c.1340 a.C.). Dimensões: 31 cm x 39 cm Museu Nacional, Berlim.
   Nesse relevo com trabalho em pintura, o faraó Aknaton quis ser representado em uma cena doméstica com os filhos e a esposa, a rainha Nefertiti. O grupo aparece sob a proteção do deus Aton, representado por um disco solar de onde se desprendem raios portadores de bênçãos para a família real.
Um Pouco Sobre a  Música dos Egípcios

  A música dos egípcios tinha um lugar de destaque no culto dos deuses, nos banquetes e nas cerimônias fúnebres. O músico ocupava situação privilegiada na sociedade. Os faraós possuíam cantores e instrumentistas preferidos.
  A música era praticada em coletividade, e a mulher ocupava lugar importante nos conjuntos musicais. Homens, mulheres e crianças podiam ser músicos, existem vários registros de pessoas tocando com os olhos vendados para aprimorar a técnica. Alguns Arqueólogos afirmam que existiam canções religiosas, nacionalistas, militares ou que retratavam situações do cotidiano.

Harpa Egípcia

Sistro (espécie de castanhola, usada nas cerimônias religiosas em homenagem à deusa Ísis).
  Apesar de existirem várias imagens de músicos e instrumentos e menções de canções registradas em pedras ou papiros, os antigos egípcios não deixaram indicações que dessem pistas sobre a notação das músicas. Havia música em todos os aspectos da vida egípcia, em todas as classes sociais.

Por: José Joelson

 
Fontes:
http://cantodooraculo.wordpress.com/2008/11/29/egipcios-tentam-recriar-a-musica-dos-faraos/

ZIMMERMANN, Nilza. A música através dos tempos. São Paulo: Paulinas, 2007.

PROENÇA, Graça. Descobrindo a história da arte. São Paulo: Ática, 2005.

Representando o Corpo - Dança no Antigo Egito (parte 2)

Infelizmente, os gestos corporais do antigos egípcios não são tão fáceis de se interpretar. Sem dúvida, muitos dos movimentos de dança possuíam simbologias específicas, também precisamos compreender que tais representações são como fotos, que representam apenas um instantâneo de um movimento de dança. Por isso, infelizmente, os aspectos da dança são tão difíceis de determinar, mas podemos fazer aproximações suas categorias:


  • Pura movimentação: dança que exige uma explosão de energia, onde o publico se encantava apenas com o movimento e ritmo da bailarina. 
  • Ginástica: Alguns dançarinos se destacam por suas habilidades em movimentos mais extenuantes e difíceis, exigindo treinamento, destreza física e flexibilidade. Esses dançarinos também aperfeiçoaram seus movimentos de modo a deixarem extremamente limpos e delicados.
  • Imitativa: seus movimentos pareciam serem imitados de animais, apenas indiretamente descritos nos textos egípcios. 
  • Dança em Par: Geralmente feita entre duas mulheres ou dois homens dançando juntos, e não homens dançando com mulheres. Os movimentos destes dançarinos são executados em perfeita simetria, indicando que os egípcios eram profundamente conscientes e sérios sobre a dança, como algo que representasse simplesmente o movimento. 
  • Grupal: Estes podem ser colocados em dois subtipos, onde o primeiro era realizado com quatro ou no máximo oito componentes, executando movimentos diferentes, independentes uns dos outros, mas mantendo o mesmo ritmo. O Segundo subtipo era a dança realizada nos rituais fúnebres, por dançarinos que se colocavam em fileiras e executando movimentos idênticos. 
  • Dança de guerra: Foram, aparentemente, recreações para o descanso de tropas mercenárias de líbios e outros povos que fizeram parte do chamados “Povos do mar”, mas também outros grupos. 
  • Dramática: Tentam recriar um dado quadro histórico, apartir de uma dramatização quase que teatral. 
  • Lírica: Assim como o balé, em nossa contemporaneidade, estes podia contar uma história particular, onde usavam matracas para marcar os passos em consonância mutua, harmoniosamente. 
  • Grotesca: Essencialmente associado aos anões, que tinham um papel de grande cunho divino. 
  • Funeral: Também subdividida em três, onde uma delas era uma dança ritual que fazia parte dos procedimentos fúnebres de verdade. Também faziam gestos agradáveis ao ka (alma) do morto, entretendo-o. 
  • Religiosa: Realizado em templos ritualísticos, incluindo músicos treinados para a liturgia e cantores treinados nos hinos e outros diversos tipos de cânticos. 


 Referência: www.touregypt.net/

Por: Fernando Joaquim 

Arquitetura - A Evolução das Pirâmides

   Os egípcios construíram suas famosas pirâmides durante o período de quase um milênio (2630 e 1640 a.C.).  Pirâmides que até hoje causam grande fascínio no homem. A mais antiga que se conhece data da III dinastia e era constituída por mastabas sobrepostas formando degraus. O idealizador deste tipo de construção foi o sábio Imhotep, proeminente figura do reinado do faraó Djoser.
   Essa é provavelmente a única pirâmide desse tipo que foi concluída. No início da IV dinastia as pirâmides começaram a ser construídas com suas paredes inclinadas e não mais em forma de degraus. As últimas datam da XII dinastia.

As Mastabas

 

   Até o final da II dinastia os túmulos dos soberanos e dos nobres egípcios eram constituídos de uma câmara funerária cavada profundamente no solo, sobre a qual se erigia uma estrutura baixa, de paredes verticais, de teto achatado, com base retangular, construída com tijolos de lama cozidos ao sol, que ficaram conhecidas com o nome de mastabas.
   Tais estruturas, no passar dos anos, evoluíram: o material construtivo passou a ser a pedra; as paredes passaram a ser ligeiramente inclinadas, formando uma pirâmide truncada; as dimensões cresceram inclusive em altura, com o acréscimo de vários andares em degraus, até atingirem a forma piramidal.

As Pirâmides de Degraus


   Inovando totalmente em matéria de sepulcros, o faraó Djoser, da III dinastia, cujo reinado se estendeu aproximadamente entre 2630 e 2611 a.C., encarregou seu primeiro ministro e arquiteto Imhotep de construir um túmulo totalmente em pedra, material que até aquela época era usado apenas em partes isoladas das construções. Superpondo seis mastabas progressivamente menores, o arquiteto ergueu uma pirâmide de degraus.
   O local escolhido foi uma extensão de terras elevadas em Saqqara, a sobranceiro da cidade de Mênfis, próximo do grande cemitério de mastabas que havia sido usado no decorrer das duas primeiras dinastias. Posteriormente, outros faraós da mesma dinastia também ergueram pirâmides em degraus, embora menos majestosas.

A Pirâmide Torta
  O primeiro faraó da IV dinastia, Snefru, que reinou aproximadamente entre 2575 e 2551 a.C., mandou erguer na localidade de Dahshur uma pirâmide que se tornou única, entre tantas construídas, em função da forma final que acabou tendo. Inicialmente a obra fora planejada para ser uma pirâmide verdadeira. Entretanto, houve uma redução abrupta no ângulo de inclinação das suas faces externas, num ponto um tanto acima da metade da altura prevista para o monumento, o que alterou a sua forma piramidal.
   O resultado final fez com que atualmente essa construção seja conhecida como pirâmide torta, falsa, romba, romboidal ou romboide.

A Pirâmide de Quéops 

  Quéops, segundo faraó da IV dinastia, cujo reinado se estendeu de 2551 a 2528 aproximadamente, talvez influenciado pelo tamanho da pirâmide erguida por seu pai Snefru, escolheu um planalto situado nas bordas do deserto, mais ou menos a oito quilômetros de Gizé, e ali ergueu uma pirâmide de dimensões ainda maiores.
 Conhecida como a Grande Pirâmide ou Primeira Pirâmide de Gizé, esse monumento marca o apogeu da época de tais construções, tanto no que se refere ao tamanho quanto no que se refere à qualidade do trabalho. Tendo uma base que cobre quase 53 mil metros quadrados, esse é, sem dúvida, o monumento mais polêmico de toda a antiguidade egípcia e a única das Sete Maravilhas do Mundo que chegou até nossos dias.

A Pirâmide de Kéfren


   O faraó Kéfren (em egípcio Khaef-Re), irmão de Kéops e quarto rei da IV dinastia, reinou entre 2520 e 2494 a.C. e mandou construir o monumento que hoje é, em tamanho, a segunda maior pirâmide do Egito antigo.
  Imponente, era revestida de pedra calcária e granito vermelho e os antigos egípcios deram-lhe o nome de Grande é Kéfren e também a chamavam de A Grande Pirâmide.
   No seu interior foi achado um sarcófago com dois metros e 43 centímetros de comprimento por um metro de largura e 68 centímetros de profundidade, mas o corpo do rei não foi encontrado.

A Pirâmide de Miquerinos


   Desde o século I da nossa era que a terceira dentre as mais famosas pirâmides do mundo teve sua construção atribuída a Miquerinos (em egípcio Men-kau-Re), filho de Kéfren e quinto soberano da IV dinastia, cujo reinado se estendeu de 2490 a 2472 a.C.
   No século XIX descobriu-se seu nome escrito com ocre vermelho no teto da câmara funerária de uma pirâmide secundária do conjunto de monumentos a ele atribuídos, confirmando-se, assim, a informação que havia sido dada por Heródoto. Ela ocupa menos de um quarto da área coberta pela Grande Pirâmide, mas mesmo assim seu tamanho é considerável e sua altura atingia mais de 66 metros, o que corresponde a de um prédio de 22 andares.

Outras pirâmides

   Nas proximidades do monumento, um conjunto rochoso foi aproveitado para que nele se esculpisse a famosa esfinge, cuja cabeça representa a face do faraó. Além das três famosas pirâmides de Gizé e de mais algumas também bastante conhecidas, como a do faraó Djoser e a chamada pirâmide torta, dezenas de outras foram erguidas ao longo dos séculos pelos antigos egípcios.
A pirâmide vermelha, que leva esse nome porque nela foi empregado um calcário rosado; o complexo funerário de Sahure, dotado de um elaborado sistema de drenagem das águas pluviais e cujos relevos mostram a partida de navios para uma terra distante; o monumento de Wenis, que se destaca por nele terem sido encontrados os mais antigos textos das pirâmides que se conhecem, são apenas alguns exemplos.
 

Por: Jessica Dalcin
 

Fonte:
http://www.portalsfrancisco.com.br/alfa/piramids/piramides-do-egito.php

Representando o Corpo - Dança no Antigo Egito (Introdução)

A dança possui uma História muito longa no Antigo Egito, sendo detectada desde o período pré-dinástico, encontrada em figuras feitas de barro com homens levantando suas mãos acima da cabeça (figura 1) ou Mulheres fazendo os mesmos gestos, mas seguidas de outras com chocalhos e outros instrumentos.

 
Figura 1 – Representação de ritual com dança datado do período pré-dinástico.

Podemos encontrar muitas cenas em tumbas, representando banquetes com jovens dançarinas, datadas principalmente do Império Novo (1550 a.C. à 1070 a.C.). Estas cenas fascinantes de dança são descritas ao longo da História Egípcia, sobretudo relatando celebrações, festas, cerimônias religiosas e ritos fúnebres. Para além dessas representações, haviam também as danças especializadas em: caráter militar, dramático, lírico ou grotesco.

Infelizmente, os gestos corporais do antigos egípcios não são tão fáceis de se interpretar. Sem dúvida, muitos dos movimentos de dança possuíam simbologias específicas. Precisamos compreender também que tais representações são como fotos que representam apenas o instantâneo de um movimento de dança, por isso, infelizmente, os aspectos da dança são tão difíceis de determinar. Mas podemos fazer aproximações! Buscaremos neste bloco trabalhar com estas representações acerca da dança e outras formas de utilização do corpo. Fiquem à vontade para contribuir com esta temática.

Por: Fernando Joaquim

Antigo Egito in Mídia - Video aula para alunos de Ensino Fundamental


Uma ótima video-aula para professores que pretendem trabalhar com alunos de Ensino Fundamental (6º à 9º ano) que estimula a imaginação e um choque de ruptura temporal. Também mostrando os principais pontos de cunho estético no Antigo Egito: Arquitetura e Escrita.

Por: Dhierclay

Antigo Egito in Mídia - Representações artísticas

 

Segue uma vídeo que retirado do youtube que apresenta uma breve, mas ótima explicação acerca da estética egípcia, trazendo diversas iconografias. Ótima opção para quem deseja um suporte metodológico diferenciado para suas aulas sobre o Antigo Egíto.

Por: Dhierclay

terça-feira, setembro 27, 2011

Analisando Imagens - Khau: As Coroas dos Faraós Egípcios

   As coroas dos faraós do Antigo Egito representavam o seu poder e estavam associadas aos Deuses. Todas as coroas faraônicas possuiam um Uraeus, enfeite em forma de serpente, que simbolizava a invencibilidade e imortalidade do faraó.

Coroas:
  • Nemes - Um turbante listrado de duas cores que cobria os ombros e o pescoço, foi um dos mais frequentes cocares reais usados.
Máscara de Tutankamon - Último faraó da XVIII dinastia.

  • Khepresh - Coroa azul, ou raramente preta, com pequenos círculos dourados. Descrita como "coroa de guerra", porem esse não era seu uso principal ja que ela era usada em cerimônias militares. Surge em muitas representações reais do Império Novo.
 



        Coroa Khepresh





  • Cap - A coroa cap, nas representações mostradas em azul, branco ou dourado, foi aparentemente feito de linho e as vezes bordada. O Deus Ptah é geralmente mostrado usando-a.

Ramsés II, XIX dinastia - Império Novo.
  • Hedjet/Coroa Branca - Coroa em forma de cone com a ponta arredondada usada pelos faraós do Alto Egito, antes da unificação com o Baixo Egito. Era um dos emblemas da deusa abutre Nekhbet, a deusa tutelar do Alto Egito.

Hedjet
Baixo-relevo do tempo de Seti I - Segundo faraó da XIX dinastia.




  • Deshret/Coroa Vermelha - Coroa associada ao Baixo Egito, também antes da unificação. Representava Uadjit, deusa tutelar do Baixo Egipto. As deusas Amonet e Neit poderiam também utilizar esta coroa.
Deshret
Sejemty - "Dois Poderosos"
  • Sejemty/Coroa Dupla - Ela é a união das duas coroas anteriores, representando a união e o domínio sobre o Alto e Baixo Egito.

Anel do Faraó Ptolomeu VI (180 a.C. - 145 a.C. - Dinastia Ptolomaica) usando a Dupla Coroa.
  •  Atef - Assemelhava-se à coroa branca, é uma forma mais complexa da Coroa Branca, composta por duas penas de avestruz, dois chifres na sua base, uraeus e um disco solar. Pensava-se que ela reanimaria o defunto, ela se relaciona a Osíris. O Deus Geb usava uma coroa Atef sobre uma Coroa Vermelha.
Coroa Atef - Escultura

  • Shuty - Representado por duas penas de gavião, mas sofreu transformações, como a inclusão de dois chifres e um disco solar. Está relacionada com a união das Duas Terras , e as duas deusas Uadjit (Baixo Egito) e Nekhbet (Alto Egito). No Novo Império converteu em uma Coroa usada somente pelas mulheres da Casa Real para a adoração divina .
Shuty - A dupla coroa de penas
  • Khat - O khat era um turbante única cor. Restos foram encontrados na tumba de Tutancâmon, onde quatro estátuas de deusas usam o khat. Tem sido sugerido que durante o período de Amarna rainhas usavam o khat.


























  •  Hemhem ou Atefu - Era constituída por três coroas atef justapostas. Cada uma destas coroas tinha um disco solar, duas penas de avestruz laterais e dois uraeus. Significa a vitória do sol sobre as trevas, da juventude. Na iconografia é representada com crianças.
Por: Flávio Denner

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coroas_eg%C3%ADpcias
http://www.reshafim.org.il/ad/egypt/crowns/index.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coroa_eg%C3%ADpcia









Analisando Imagens - O Papiro de Hunefer

Livro dos Mortos de Hunefer - Tebas, Egito (19ª dinastia, 1275 a.C.). 45.700cm de altura e 83.400 cm de comprimento Localização atual: Museu Britânico nº: EA9001 (clique aqui para ampliar)

   Para os egípcios havia uma crença no divino e na vida após a morte e para aderir a essa vida era necessário que o corpo do defunto fosse preservado. Os egípcios acreditavam que possuía uma parte espiritual, física ou aspectos. Além do corpo possuíam um šwt (Sombra), um ba (Alma), um ka (Força vital) e um nome. 
    O objetivo final do defunto era voltar a seu ka e ba e tornar-se um morto abençoado, vivendo como um akh, ou "unidade real". Para que isso aconteça, o falecido tinha que ser julgado digno no Tribunal de Osíris, como mostra o livro dos mortos de Hunefer. 
    Na crença dos antigos egípcios esses textos eram obra do deus Thoth, lendo o papiro da esquerda para a direita, o morto (nesse caso Hunefer) é conduzido pelo cabeça de chacal Anúbis, a uma balança onde o coração do morto será pesado contra uma pluma de avestruz, símbolo da verdade, a pesagem é confiada a Hórus e a Anúbis. O cabeça de Íbis, Thoth, o escriba dos deuses anotava o resultado em um papiro, se o coração fosse mais leve que a pena o morto poderia passar, caso contrario, Ammut uma criatura que fica próximo a balança com partes de Crocodilo, Leão e Hipopótamo o devora, acima da balança esta uma cabeça humana.
    Em seguida o morto é levado pelo cabeça de falcão Hórus, para o trono do pele esverdeada Osíris, deus do submundo, que esta acompanhado por Ísis e Néftis, Osíris tem em suas mãos o cetro e o leque (Símbolos de soberania e domínio), usa uma coroa Atef, seu corpo mumificado, seu cavanhaque curvado indica que está morto, o teto é encimado por uma cabeça de falcão e de cobras, a frente de Osíris tem uma flor de lótus e sobre ela os quatro filhos de Hórus, Imseti (Questa), Hãpi (Hapi), Tuamutef (Duamutef), Quebsenuf (Kebehsenuef) , cada deus estava também associado a um ponto cardeal e a uma deusa, respectivamente: Homem-Fígado-Sul-Ísis, Babuíno-Pulmões-Norte-Néftis, Chacal-Estômago-Leste-Neit, Falcão-Intestinos-Oeste-Serket. Alguns textos referem-se a eles como estrelas, surgindo os seus nomes nas listas de estrelas da época do Império Novo, no papiro elas aparecem mumificadas e presidem a passagem do coração na Sala das Duas Verdades. 
    Os 14 deuses do Egito que aparecem sentados acima estão lá como juízes, o morto está com as mãos levantadas no sentido de adoração aos deuses, de acordo com o papiro de Nu, esta parte seria a hora em que o morto diante dos 42 deuses, chama o nome de cada um e fala os pecados que não cometeu, é a “Confissão Negativa”, logo após o morto iria ao texto final quando ele chegava ao mundo inferior. As inscrições que acompanham toda a cena formam as orações postas na boca do morto, que ele terá que falar em cada estagio do julgamento.
    A idéia central do Livro dos Mortos é o respeito, verdade e a justiça, mostrando o elevado ideal da sociedade egípcia. Era crença geral que diante de Osíris de nada valeriam as riquezas, nem a posição social do falecido, mas que apenas seus atos seriam levados em conta.

 Por: Flávio Denner



Fontes: 
BUDGE, E. A. Wallis Ernest Alfred Wallis (Sir). O livro egípcio dos mortos. São Paulo: Pensamento, 1995. 3v em 1. cap. 30a, 30b, 125. 567p.

DONADONI, S. O morto. In: DONADONI, S. (dir.) Márcia. O Homem Egípcio. Lisboa: Editorial Presença, 1994. p. 215-236.

BRANCAGLION JUNIOR, Antonio. Manual de Arte e Arqueologia do Egito Antigo II. Rio de   Janeiro: Sociedade dos Amigos do Museu Nacional, 2004. 157p.

domingo, setembro 25, 2011

Apresentação:



A cultura egípcia, por muito tempo, foi como uma estrangeira sedutora, adentrando por entre as vielas historiográficas, lançando suas artes e sussurros entre os ouvidos daqueles que a observavam. Tantos anos admirada por sua beleza exótica, mas também rejeitada pelos olhares tradicionalistas que não à viam como útil. Propomos, neste espaço, a abertura e discussão dos estudos relativos às iconografias, arquitetura e demais objetos matérias que atravessaram o destrutivo tempo, e nos forneceram o um arcabouço para a análise cultural desta civilização. Buscaremos abastecê-lo de informações que servirão tanto à professores que pretendem utilizar destes recursos imagéticos, também aos que se sentem atraídos por esta cultura extraordinária. Sintam-se inteiramente a vontade para decifrar um passado que é tão próximo e vivo, mas que ainda não adquiriu a visibilidade merecida.
 Administradores

sábado, setembro 24, 2011

Introdução a Arte do Egito Antigo

Peitoral Egípcio - Jóia encontrada na tumba do faraó Tutankamon, da XVIII dinastia. Peça de outro com forma de abutre, esmalte aplicado e pedras preciosas.
      No Egito Antigo não havia a concepção de arte como nós conhecemos hoje, não se pensava em obras de arte ou belas artes, e sim nas obras eficazes e úteis, geralmente voltada à uma narratividade e simbolização de suas vidas, seja dentro do plano físico ou espiritual. Isto porque os egípcios são uma civilização "mágica", pois a maioria de suas obras (arquitetura, pintura, musica, dança e etc) estavam ligadas a religiosidade e ao sobrenatural, portanto a maioria de suas obras tem um significado mágico e divino.


Livro dos Mortos de Hunefer - Tebas, Egito (19ª dinastia, 1275 a.C.). Localização atual: Museu Britânico.
      A intenção deles nas suas obras não era criar uma imagem real das coisas como elas eram, mas captar a essência de eternidade de suas representações. Grande parte de suas pinturas foram feitas nas pirâmides, essas pinturas representavam a vida dos faraós, manifestaçõs divinas e outros temas da vida religiosa e de seu cotidiano. A pintura do Antigo Egito significou um ressurgimento da pintura, muitos anos após às pinturas rupestres, onde os artistas estavam mais interessados na arquitetura e na escultura, por isso muitas das pinturas que ainda permanecem são decorações de tumbas.
      As pinturas no Antigo Egito seguem padrões como a Lei da Frontalidade, essa lei valoriza cada aspecto caracterizante de cada elementa do corpo:
  • Rosto: É representado de perfil e seus olhos de frente
  • Tórax: É representado de frente.
  • Membros Superiores e Inferiores: São representados de perfil.
 Exemplo:
Anuket - Deusa do abraço e da sexualidade.
      A escultura no Antigo Egito foi uma escultura animista - Dar aparência de vida, Dar animação, Dar vida. As estatuas era principalmente religiosas e também substitutas fisícas da morte, em várias tumbas de faraós foram encontradas diversar esculturas de ouro, material que os Egípcios conheciam muito bem a técnica de manuseio e utilizavam delas para fazer estatuetas de Deuses e Deusas da religião politeísta Egípcia, também utilizavam o ouro para fazer máscaras mortuárias que serviam de proteção para o rosto da mumia. Porém não era só de ouro que eram feitas suas esculturas, as estatuetas de barro eram peças concebidas como partes complementares do conjunto de objetos no ritual funerário. Ja as estátuas monumentais de palácios e templos surgiram apartir da 18ª dinastia como parte da nova arquitetura imperial.

"O Chacal de Anúbis" - Usada como advertência de perigo, avisava que Anúbis vigiava e protegia aquele local.
Estátua de Quéfren (2530? a.C.) de Gizé esculpida a partir de um bloco de diorita, a pedra mais resistente que podia se obter no Antigo Ampério.
      Devido ao grande conhecimento matemático desenvolvido pelos Egípcios, eles foram capazes de realizar obras como templos, palácios e pirâmides em homenagem aos Deuses e faraós. Eram esplêndidos, pois demonstravam todo o poder do faraó e eram construídos com blocos de pedra e utilizando a mão de obra escrava para o trabalho pesado. Os fatores geográficos eram importantes para a garantia de via após a morte, esse fatores os egípcios possuiam como a localização privilegiada no vale do rio Nilo, com terras altamente férteis.

Templo de Abu Simbel - Nubía, Baixo Egito. Construído por odem de Ramsés II, a obra foi talhada na banda íngreme da montanha e esculpida na sua própiria rocha.

Por: Flávio Denner


Fontes:
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